A empresa-objeto existe para ganhar dinheiro, apenas. A
empresa-inteligente existe para conquistar parcelas de mercado, apenas. A
empresa-sensível quer uma boa equipe, apenas. A empresa-plena é contrária ao apenas. A empresa-plena quer tudo: ter
lucros, um bom posicionamento mercadológico através de uma boa equipe.
A empresa-plena não é a empresa do apenas e essa é uma das suas diferenças com a maioria das empresas
que por aí estão. Não contenta-se com pouco. Quer fazer a diferença. Para isso,
a empresa-plena busca o equilíbrio do corpo,
da mente e da alma. Sabe que no desenvolvimento
equilibrado desta tríade encontra-se o verdadeiro sucesso.
Uma empresa é formada por processos, estrutura, métodos e
procedimentos. É também formada por produtos, clientes e mercados. E é ainda
formada por sentimentos e emoções. O intercâmbio energético disso tudo forma a empresa-plena, na metáfora do corpo, da mente e da alma.
O equilíbrio na tríade do corpo, da mente e da alma caracteriza a empresa-plena. A
empresa-plena não acontece naturalmente, necessita de gerenciamento. É comum,
no entanto, os dirigentes de empresas colocarem tempo e esforço naquilo que a
empresa já tem de sobra. Exemplo: a empresa-objeto, de corpo delineado, recebe mais esforços voltados ao desenvolvimento
do corpo; a empresa-inteligente, de mente exercitada, recebe mais esforços
voltados para o desenvolvimento da mente;
a empresa-sensível, de preocupada com a alma,
recebe mais esforços para o desenvolvimento da alma. Com isso, a empresa recebe uma overdose daquilo que ela menos precisa.
A visão sistêmica e a capacidade de diagnóstico permitida
pela tríade, faz com que os dirigentes de empresas possam concentrar tempos e
esforços naquilo que a empresa realmente necessita para atingir o equilíbrio.
O equilíbrio formado pela empresa-plena é uma meta. A
tendência natural das empresas é o desequilíbrio. Qualquer dispersão leva ao
desequilíbrio; o equilíbrio exige atenção contínua, eterna vigília e ação
planejada. No entanto, a empresa-plena não é uma formatação acabada. Não existe
ponto de chegada. Uma empresa pode estar em equilíbrio e ser plena em tamanho
diminuto ou pode ser ampla, manter o equilíbrio e continuar plena. Ser plena no
tamanho certo é um desafio. Saber crescer sem perder o equilíbrio é o segundo
desafio. Manter-se plena no tamanho ótimo é o terceiro desafio. Mudar para
continuar plena é o desafio permanente.
Os desafios sempre trazem recompensas. O gerenciamento do
equilíbrio faz com que a empresa-plena seja recompensada da seguinte forma: da mente, a competitividade necessária para
a empresa fazer frente à concorrência e satisfazer as necessidades dos seus
clientes; da alma, a criatividade e a
capacidade de produzir idéias das pessoas da empresa; do corpo, a rentabilidade e os resultados econômico-financeiros.
Os dirigentes da empresa-plena
estão preocupados com que as pessoas sejam capazes de "pescar".
Afinal, não constróem empresas para que sejam suas, mas de todos. Uma das
habilidades dos líderes da empresa-plena é
fazer com que as pessoas sintam que a empresa é também delas. Conseguem isso
através de uma visão compartilhada da empresa. Quando isso acontece, fica mais
fácil compreender o negócio, a finalidade dos produtos e serviços, a
concorrência, o mercado, o cliente.
A empresa-plena começa
na necessidade de um cliente e termina na satisfação desse mesmo cliente. Para
que isso aconteça é necessário um processo de trabalho que tenha fluidez. Um
processo é formado por várias entradas (input)
e várias saídas (output). Fazer isso
economicamente e de maneira funcional é o desafio de todas as empresas. O corpo possui recursos necessários para
que isso ocorra. Ainda que necessários, não são suficientes. As pessoas que
participam e contribuem com esse processo precisam estar conscientes dos seus
papéis. É onde a alma entra em ação. Se todos entenderem
que é o cliente quem paga a conta, o melhor é mantê-lo o mais satisfeito
possível. Com esse nível de consciência as pessoas preferem unir-se para
satisfazer o clientes antes que a equipe do concorrente o faça. Não competem
entre si, mas com a equipe adversária.
A empresa-plena atua tanto no nível da consciência das
pessoas da empresa como nos níveis das competências. Isso significa que antes
de saber como fazer é preciso saber o que e por que fazer.
A compreensão do que se passa com a empresa, saber onde ela
está e para onde tende a ir faz com que o desenvolvimento da consciência
preceda o desenvolvimento das competências em um saudável processo seqüencial
de aprendizado. Se a consciência precede a mudança, pode-se concluir que a
empresa-plena é o modelo de empresa voltado à renovação e portanto não-estático
nem estagnado.
As empresas, no entanto, são como geléias. Sem
gerenciamento, inclinam-se ao sabor dos ventos. O desequilíbrio é a regra. O
desafio está em manter a tríade em um formato de triângulo equilátero. É
importante que a tomada de consciência seja de corpo, mente e alma mas é também
importante que o desenvolvimento das competências se dê no corpo, na mente e na
alma. Só assim será possível garantir o sucesso de maneira sólida e sustentada.
Texto extraido do livro "A Empresa de
Corpo, Mente & Alma" de Roberto Adami Trajan da Editora Gente
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